do país do sol decadente, um canto desencantado em constante mutação

foi traída pelo marido. conhece a nova vida, país, mulher e filhos do seu macho. vive na mentira dum casamento onde não passa de uma amante trimestral. é possível ouvi-la partilhar alegremente, com o homem de quem diz ser esposa, as tropelias do filho varão. conta inchada ao progenitor como o petiz parecer seguir-lhe os passos, relata os auspiciosos indícios de estar a enganar e desprezar a namorada. um rebento assim é um orgulho para ela, ainda que  não tenha dado à luz meninas, o futuro da dinastia misógina está assegurado.

quando o que em tempos nos foi aprazível se torna num fardo. pode sentir-se em relação ao trabalho, quando alguns seres humanos o carregam de um desencanto que nos  era inimaginável. maus profissionais e más pessoas. posam de salvadores da pátria e bons samaritanos, na tentativa oca de mascarar a sua luta mesquinha pelo poleiro e o medo de chafurdar na porcaria que sem pejo atiram para cima de quem acham inferior. esses pobres palermas, sem sombra de carácter ou integridade, movidos a ambição e inteligência saloia, montam barraca na feira medíocre de vaidades e de olhos filados na eternidade esquecem os  longos dias de cem anos...

diz do alto da sapiência que lhe confere o cargo agora ocupado: #1 - ...  lamento, mas não é assim que funciona, não estamos aqui de pernas abertas. ah! não era isso que eu queria dizer ... #2 - ...  foi   enviado um pedido de pronuncia, já tem em sua posse o prenúncio?   (a julgar pelo #1, ainda bem que não perguntou pelo prepúcio)